Oxumaré é a cobra/arco-íris, um orixá masculino que rege a multiplicidade da vida, símbolo da continuidade e permanência, representa a riqueza e a fortuna, segundo as descrições mais comuns.
Recentemente num atendimento onde a consulente frequenta um terreiro de Umbanda há mais de vinte anos, eu queria falar com o chefe espiritual da casa no astral e ele se apresentou para mim como sendo Oxumaré, cheio de pompa. A primeira coisa que lhe perguntei foi sobre sua última encarnação aqui na Terra, quem ele foi antes de ser Oxumaré, e ele se indignou, dizendo que é o que é "desde sempre", e me retrucou dizendo que eu deveria ter acreditado sem fazer mais perguntas.
Ele esperava de mim esse comportamento porque é o que esse tipo de espírito encontra nos terreiros onde "baixa". Qualquer espirito que se apresente e diga que é isso ou aquilo os dirigentes e médiuns acreditam. Em alguns locais até fazem uns testes para que o espírito prove que é quem diz ser, mas na prática só provam que existe um espírito ali, que não é mistificação do médium, mas isso não prova a identidade do espírito.
Mas enfim, ele disse que não queria falar sobre sua última encarnação e como eu insisti ele mostrou ao médium uma vida onde ele foi um preto-velho. Foi capturado na África e trazido ao Brasil como escravo num navio negreiro, era um feiticeiro em sua tribo e quando chegou aqui começou a fazer trabalhos de magia, para tentar se libertar, para adoecer ou morrer seus donos, etc.
Foi parar numa fazenda onde os proprietários acreditavam muito em magia e quando descobriram que ele era feiticeiro, passaram a lhe encomendar trabalhos de magia para várias finalidades, sendo que quando davam resultados ele era recompensado.
Passou a viver exclusivamente para isso, não ia mais para a lavoura e nem fazia outro tipo de trabalho braçal, fazia magia apenas para os donos da fazenda e passou a ter uma "vida boa", fazendo magia até morrer de velhice, foi um legítimo preto-velho.
Bem, apesar de não ser um orixá, pelo menos ele tinha uma ancestralidade na religião. Ele queria ter parado por aí, mas minha intuição me fez ir mais além e fiz ele relembrar a vida que ele teve depois daquela.
Na vida seguinte ele nasceu com filho dos proprietários daquela mesma fazenda no interior paulista e estudou medicina. Já não havia mais escravatura e ele era extremamente racista, odiava negros, mas vivia em terreiros ou atrás de quem fizesse magia para conseguir o que queria.
Conversei com ele incorporado num médium e ele disse que não eram gente, eram bichos, e que ele jamais atenderia um negro. De fato ele não atendia mesmo, apesar de ser o único médico da região. Em certa ocasião se recusou a atender uma mulher negra em trabalho de parto que estava tendo problemas e ela morreu dando a luz, apenas a criança sobreviveu.
Essa criança, um menino, cresceu ouvindo de seu pai e parentes que sua mãe morreu porque o tal médico se recusou a atender ela e o menino alimentou um ódio mortal contra o médico. Quando se tornou adulto o menino matou o médico com uma paulada na cabeça. Nunca foi descoberto.
O médico quando chegou no astral passou a ser perseguido por muitos espíritos de negros que, assim como a mãe de seu assassino, haviam morrido por ele se recusar a atendê-los, cerca de 40 espíritos. Amedrontado e tentando fugir desses espíritos, ele acabou lembrando da vida anterior onde foi escravo e assumiu aquela personalidade no astral, para fugir de seus perseguidores, e assim seguiu vivendo, encontrou esse terreiro e se apresentou como orixá, até o encontrarmos.
Geralmente nesses casos eu apenas prendo os espíritos e desmancho os feitiços que fizeram, mas como ele tinha alguma ancestralidade pedi ao grupo de espíritos ancestrais da linha africana que trabalham conosco para avaliar o que fazer com esse "oxumaré" e com os demais mistificadores que atuavam no astral do terreiro.
O que nos informaram os ancestrais é que ele e alguns outros que também vieram da África, mas que depois tiveram encarnações aqui como brancos, vão participar de uma "reciclagem", uma espécie de curso preparatório para talvez atuar em outro centro de Umbanda ou Candomblé, pois este onde atuam vai ser descontinuado e vai acabar fechando.
Esse tipo de situação é extremamente comum, espíritos mistificadores se passando por orixás ou entidades de luz, não só em terreiros mas em centros kardecistas também. Por não ter uma codificação e as informações serem passadas oralmente, acaba sendo mais fácil para estes espíritos enganar as pessoas, pois as informações não são claras e circulam em círculos restritos, além disso o médium aprendiz, o filho de santo, é orientado desde o começo a apenas aceitar sem questionar, são treinados para permitir que a entidade faça o que quiser.
A crença errônea de que todo médium, seja de terreiro ou kardecista, tem um mentor facilita a indução desses médiuns ao erro pois qualquer entidade ques e apresenta ou que é vista junto do médium já assumem que é o seu mentor, quando em grande parte das vezes estes espíritos são obsessores do médium.
Gelson Celistre
Oxumaré |
Ele esperava de mim esse comportamento porque é o que esse tipo de espírito encontra nos terreiros onde "baixa". Qualquer espirito que se apresente e diga que é isso ou aquilo os dirigentes e médiuns acreditam. Em alguns locais até fazem uns testes para que o espírito prove que é quem diz ser, mas na prática só provam que existe um espírito ali, que não é mistificação do médium, mas isso não prova a identidade do espírito.
Mas enfim, ele disse que não queria falar sobre sua última encarnação e como eu insisti ele mostrou ao médium uma vida onde ele foi um preto-velho. Foi capturado na África e trazido ao Brasil como escravo num navio negreiro, era um feiticeiro em sua tribo e quando chegou aqui começou a fazer trabalhos de magia, para tentar se libertar, para adoecer ou morrer seus donos, etc.
Foi parar numa fazenda onde os proprietários acreditavam muito em magia e quando descobriram que ele era feiticeiro, passaram a lhe encomendar trabalhos de magia para várias finalidades, sendo que quando davam resultados ele era recompensado.
Passou a viver exclusivamente para isso, não ia mais para a lavoura e nem fazia outro tipo de trabalho braçal, fazia magia apenas para os donos da fazenda e passou a ter uma "vida boa", fazendo magia até morrer de velhice, foi um legítimo preto-velho.
Bem, apesar de não ser um orixá, pelo menos ele tinha uma ancestralidade na religião. Ele queria ter parado por aí, mas minha intuição me fez ir mais além e fiz ele relembrar a vida que ele teve depois daquela.
Na vida seguinte ele nasceu com filho dos proprietários daquela mesma fazenda no interior paulista e estudou medicina. Já não havia mais escravatura e ele era extremamente racista, odiava negros, mas vivia em terreiros ou atrás de quem fizesse magia para conseguir o que queria.
Conversei com ele incorporado num médium e ele disse que não eram gente, eram bichos, e que ele jamais atenderia um negro. De fato ele não atendia mesmo, apesar de ser o único médico da região. Em certa ocasião se recusou a atender uma mulher negra em trabalho de parto que estava tendo problemas e ela morreu dando a luz, apenas a criança sobreviveu.
Essa criança, um menino, cresceu ouvindo de seu pai e parentes que sua mãe morreu porque o tal médico se recusou a atender ela e o menino alimentou um ódio mortal contra o médico. Quando se tornou adulto o menino matou o médico com uma paulada na cabeça. Nunca foi descoberto.
O médico quando chegou no astral passou a ser perseguido por muitos espíritos de negros que, assim como a mãe de seu assassino, haviam morrido por ele se recusar a atendê-los, cerca de 40 espíritos. Amedrontado e tentando fugir desses espíritos, ele acabou lembrando da vida anterior onde foi escravo e assumiu aquela personalidade no astral, para fugir de seus perseguidores, e assim seguiu vivendo, encontrou esse terreiro e se apresentou como orixá, até o encontrarmos.
Geralmente nesses casos eu apenas prendo os espíritos e desmancho os feitiços que fizeram, mas como ele tinha alguma ancestralidade pedi ao grupo de espíritos ancestrais da linha africana que trabalham conosco para avaliar o que fazer com esse "oxumaré" e com os demais mistificadores que atuavam no astral do terreiro.
O que nos informaram os ancestrais é que ele e alguns outros que também vieram da África, mas que depois tiveram encarnações aqui como brancos, vão participar de uma "reciclagem", uma espécie de curso preparatório para talvez atuar em outro centro de Umbanda ou Candomblé, pois este onde atuam vai ser descontinuado e vai acabar fechando.
Esse tipo de situação é extremamente comum, espíritos mistificadores se passando por orixás ou entidades de luz, não só em terreiros mas em centros kardecistas também. Por não ter uma codificação e as informações serem passadas oralmente, acaba sendo mais fácil para estes espíritos enganar as pessoas, pois as informações não são claras e circulam em círculos restritos, além disso o médium aprendiz, o filho de santo, é orientado desde o começo a apenas aceitar sem questionar, são treinados para permitir que a entidade faça o que quiser.
A crença errônea de que todo médium, seja de terreiro ou kardecista, tem um mentor facilita a indução desses médiuns ao erro pois qualquer entidade ques e apresenta ou que é vista junto do médium já assumem que é o seu mentor, quando em grande parte das vezes estes espíritos são obsessores do médium.
Gelson Celistre
Pois é....essa coisa de Orixas e entidades da Umabnda sempre acheio meio complicado para etender devido a diversidade de nomes e simbologia. Não ha uma codificação como aconteceu com o espiritismo. È td bem disperso e informações desencontradas ou incorretas. Para piorar ha tmb o Candomblet de origem africana. Sabemos que a Umbanda é uma religião genuinamente brasileira, nascida em 1901 e Matta e Silva escreveu os melhores livros a respeito, só que apesar disso td segue ainda muito complicado até os dias atuais. Muitos confundem essas duas religiões e acham ser a msm coisa qd na verdade não são. Ja frequentei ha um ano a Umbanda em minha terra natal no interior aqui da Bahia, mas quase nada entendi a respeito do que acontecia por la. Não havia trabalhos a serem feitos, a não ser desmanches. E so utiilizavam produtos da propria natureza. Nada de derramamento de sangue ou animais sacrificados. Não havia tambores batendo nem nada exotico. Os trabalhos eram de limpeza espiritual, orientações, banhos de decarrego, mironga ou defumações. Não havia trabalhos, nenhum tipo, para o mal. Mas era complicado de se entender o pq das coisas.
ResponderExcluirSugiro a leitura do livro Umbanda essa desconhecida, do falecido Roger Feraudy.
ExcluirOk, gostei da dica. Ja li um de seus livros, ERG - O DECIMO PLANETA, sobre a guerra entre magos e Dragões, alem da maioria de Robson Pinheiro. Pena não ter em PDFs mais disponiveis dele senao iria baixa-los.
ExcluirBom sempre compartilho
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