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terça-feira, 18 de agosto de 2020

Juiz do karma

        O julgamento de nossos atos após a morte aparece em várias religiões e disciplinas esotéricas. Na Bíblia temos o Dia do Juízo Final. Na mitologia egípcia se o coração do morto fosse mais pesado que uma pena ele estaria condenado. Para os espiritualistas que acreditam na Grande Fraternidade Branca, existe o Conselho Kármico, que se reúne quatro vezes por ano para avaliar o karma de cada ser humano. Esse conselho seria formado por essas figuras: Grande Diretor Divino, a Deusa da Liberdade, a Mestra Ascensa Nada, o Elohim Cyclopea, Palas Athena, Pórtia, Kuan Yin e Buda Vairochana.

        Algumas pessoas acreditam inclusive que se pode negociar o karma com esse pessoal. Bem, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso se pensar um pouco sobre essa questão vai ver que seria ridículo que seres da mais alta hierarquia espiritual se dessem ao trabalho de brincar de juízes analisando nosso karma, seria muita falta do que fazer. 
        Mas em cidades umbralinas, em regiões do astral mais densas, nesses locais sim encontramos conselhos kármicos e juízes do karma. Então quando alguém se acha injustiçado e sai pelo astral procurando justiça, pode acabar em algum local desses. No livro Libertação, do Chico Xavier, existe uma passagem onde um desses juízes transforma uma mulher que matou o marido e os filhos numa loba.
        Há pouco tempo fomos investigar um caso onde um espírito teria sido socorrido e levado para uma colônia espiritual imensa, uma cidade de muita luz, que ficaria sobre o oceano Atlântico. Segundo fomos informados, uma médium sentiu a presença do falecido junto da viúva, dizendo que ele tinha uma questão com a viúva que precisava de perdão. 
        Logo após a viúva perdoar o falecido, "... ele seguiu abrindo um caminho que foi dar a uma cidade astral de muita luz sobre o Atlântico (o tamanho dessa cidade iria do Porto a Vigo) e foi recebido por seres vestidos com capas de cores claras desde verde a branco. O falecido foi recebido e vestiram-lhe uma veste de franciscano e disseram que iria tratar dos animais que existem lá nessa cidade. Essa cidade tem os muros altos brancos e com símbolos de flor de lis de Santiago, tem uma estrela azul muito brilhante sobre a cidade em que dela parte uma abóboda de proteção.Isso foi o que a médium que acompanhava a viúva viu, agora vamos ao que realmente aconteceu.
        De fato o falecido estava trabalhando com animais no astral, pois nós o encontramos literalmente limpando a merda de animais numa pocilga e num estábulo. As vestes de franciscano na realidade era farrapos de algo que um dia foi uma roupa. Ele estava indignado com a viúva e a médium que o levaram para esse local, disse que não queria o perdão da sua viúva, que queria apenas distância dela.
        Conversando com ele descobrimos que a viúva e a médium o levaram no astral para um julgamento, onde ele foi acusado de não ter sido um bom marido em vida, e foi condenado a limpar a pocilga e o estábulo desse lugar, que de cidade não tinha nada, mal dava para chamar aquilo de vila, pois não tinha nem mil espíritos ali. Ah, e a viúva do falecido foi chamada no julgamento como testemunha de acusação. O falecido disse que citaram todos os erros que ele cometeu como marido quando era vivo.
        Mas nessa vila umbralina tinha um juiz do karma, um espírito que se arrogava o direito de aplicar penas a outros espíritos por seus supostos crimes. No salão de julgamento havia além do juiz do karma, 24 jurados e 5 advogados de acusação. Detalhe, o réu tinha que fazer sua própria defesa.
        Conversei com o tal juiz que era um poço de soberba e arrogância, se dizia acima da lei, se autoproclamava juiz supremo do karma. Os outros espíritos que trabalhavam no salão de julgamento eram todos servidores do judiciário que também se achavam especiais e que estavam também acima da lei, que só se aplica aos outros, não a eles.
        Esse juiz está nessa função no astral há cerca de 300 anos, ele foi um juiz na Inglaterra e depois de morto fantasiou na própria mente que Deus o escolheu para ser juiz do karma dos outros. Esse juiz do karma, bem como os jurados e advogados tiveram suas mentes apagadas e foram encaminhados para a reencarnação. Fiz todos verem como nasceriam por conta de seus atos; o juiz viu que vai ser condenado injustamente por crimes que não cometeu, vai ser acusado de roubo e assassinato e vai passar a vida toda preso.
        Os porcos e cavalos na pocilga e na estrebaria onde o falecido estava trabalhando como castigo também eram espíritos humanos metamorfoseados pelo tal juiz do karma como pena por seus crimes quando encarnados. No total tinha uns 980 espíritos no local, que de cidade astral de muita luz não tinha nada.
        Bom, então se você morrer e de repente se encontrar sendo julgado por algum juiz do karma, pode ter certeza que está na merda, pois seres de luz não julgam ninguém e nem negociam karma com quem quer que seja e se você foi parar em algum buraco umbralino onde vão te julgar então a coisa tá feia pro seu lado.

Gelson Celistre


Um comentário:

  1. Nossa! De fato nossa consciência é quem mais nos julga...
    Excelente relato! Obrigada!

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