Hoje efetuamos o resgate de um homem que cometeu suicídio ontem por enforcamento. Ele ainda estava se sentindo como se não conseguisse respirar, estava sufocando, preso num loop do momento de sua morte. Assim que eu desmanchei a corda que o enforcava na dimensão astral, plasmada inconscientemente pela própria mente dele, ele começou a choramingar dizendo que não deu certo, que ele não morreu e que não quer mais viver nesse mundo. Ele disse que o lugar dele era em outro mundo, um lugar melhor onde tinha paz e harmonia.
Apesar da situação ele demonstrava alguma racionalidade e eu lhe expliquei que ele de fato morreu, mas que o espírito é imortal, e que se ele realmente veio de um lugar melhor eu iria ajudá-lo a encontrar esse lugar. Emiti um comando para que ela voltasse no tempo, para o local onde ele estava antes de reencarnar em sua existência recém finda.
O suicida após meu comando foi parar em um castelo no astral que era uma duplicata de um castelo que pertenceu à família desse suicida em sua encarnação anterior a atual. Esse suicida em sua encarnação anterior à atual onde ele cometeu suicídio foi filho de uma família de nobres aristocratas na Europa, no final dos anos 1800. Era uma família muito rica, viviam em um castelo, e ele foi muito mimado, era o típico playboy que sempre teve tudo que quis e acredito que deve ter sido um dos primeiros jovens inconsequentes a morrer num acidente de automóvel.
Os automóveis estavam começando a se popularizar entre as elites europeias, ainda se pareciam carroças autopropulsadas, e o rapaz conseguiu cair num precipício ao fazer uma curva muito fechada, ele tinha 20 anos de idade. Após a morte ele acordou todo quebrado imaginando que estava vivo, se arrastou até o castelo da família, mas ao chegar lá ninguém falava com ele ou lhe dava atenção, o que o deixou enfurecido, pois estava acostumado a ser bajulado o tempo todo. Ele não conseguiu perceber que estava morto e acreditava que alguém havia feito alguma magia que o tornara invisível, com o intuito de o privar do convívio com sua família.
Ele ficou por ali sofrendo e sem entender o que se passava e à medida que seus familiares encarnados foram morrendo ele foi perdendo a conexão com o castelo da família aqui no físico e foi sendo puxado para esse castelo que existia no astral. Só que ao chegar no castelo da família no astral ele teve uma surpresa, pois quem era o dono do castelo era o mordomo da família.
Nesse ponto nos deparamos com a ficção recriando situações que encontramos na dimensão astral. Quem assistiu o desenho animado ou animação da Disney "A Bela e a Fera" deve lembrar que todo o mobiliário do castelo da fera tem vida própria, xícara, bule, piano, relógio, etc. Pois bem, nesse castelo no astral também, todo o mobiliário tinha vida e o rapaz quando chegou lá acabou se tornando parte da mobília, se tornou uma cadeira.
O mobiliário do castelo era composto por 223 peças, entre cadeiras, poltronas, armários, tapetes, etc. e cada uma dessas peças era um espírito, para ser mais exato um espírito da família do rapaz, os nobres aristocratas. E quem os metamorfoseou a família de nobres aristocratas em móveis e utensílios foi o mordomo. Sua justificativa era que ele os serviu em vida e eles iriam servi-lo após a morte.
Fiquei curioso sobre como o mordomo tinha conhecimento e poder para hipnotizar os espíritos dessa forma e ele disse que seus patrões tinham uma vasta biblioteca e que ele leu muitos livros sobre ocultismo e magia. Não se pode dizer que ele esteja totalmente errado em sua lógica simplista, mas perguntei com que idade ele morreu quando era mordomo e ele disse que aos 62 anos de idade, então na mesma linha simplista lhe disse que como já se passaram mais de 100 anos, pois ele morreu antes da Primeira Guerra Mundial, eles já o serviram até demais, apaguei a mente dele e de mais uns 100 residentes do castelo, que eram todos serviçais em vida, e resgatamos o mobiliário do castelo, os espíritos foram restituídos à sua forma original e todo o grupo foi encaminhado para reencarnação, inclusive o homem que cometeu suicídio.
Gelson Celistre
Nenhum comentário:
Postar um comentário