Uma tragédia as vezes esconde relações entre os espíritos envolvidos que sequer imaginamos. Recentemente ocorreu um caso trágico numa cidade próxima daqui, mas esse tipo de situação não é raro de acontecer e eventualmente nos deparamos com a mesma notícia nos jornais.
É um caso que certamente chocou todos os envolvidos e pessoas próximas e respeitamos os sentimentos dessas pessoas, com as quais nos solidarizamos, mas vamos relatar o caso para que nossos leitores tenham conhecimento dos meandros kármicos que envolvem eventos aparentemente aleatórios.
Um grupo de pessoas estava reunido num encontro familiar, um churrasco no final de semana, e quando alguém foi sair com seu carro do evento, ao dar marcha a ré, acabou atropelando uma criança de poucos anos.
A criança acabou indo para detrás do veículo sem que ninguém percebesse, embora seus pais estivessem a poucos metros de distância. A pessoa que atropelou a criança era o avô dela. A família está despedaçada, o avô passou muito mal depois do ocorrido, teve que ser hospitalizado, e não estranharia se ele vier a se suicidar, por conta da culpa que está sentindo.
Mas por mais incrível que pareça se trata de um caso de suicídio infantil. A criança deliberadamente provocou a própria morte porque não queria estar encarnada. Trata-se de um espírito altamente endividado karmicamente.
Numa vida passada recente a criança que morreu era um criminoso muito cruel. Em um de seus assaltos, invadiu uma casa onde estuprou uma mulher e suas filhas. O dono da casa, marido e pai das vítimas do criminoso, chegou em casa a tempo de encontrar o criminoso e eles entraram em luta corporal, sendo que o criminoso o esfaqueou, mas o dono da casa era forte e também policial, sendo que ele acabou perseguindo e matando o criminoso.
Na vida atual o criminoso era a criança e o homem que o matou na vida passada era o seu avô que o atropelou. A mulher e as filhas que ele estuprou na outra vida nesta vida eram sua mãe e irmãs. O criminoso não nasceu nessa família por laços de amor, mas sim por laços de ódio. Apesar de ser ele o culpado pela sua morte, devido ao seu comportamento criminoso, ele culpava o dono da casa que o matou (legitimamente) naquela vida passada e nutria por todos os envolvidos um ódio extremo.
Ao encontrar o dono da casa encarnado ele passou a obsidiá-lo, entretanto, por ser um espírito medíocre, nem percebeu que acabou sendo atraído para a reencarnação de um familiar próximo do dono da casa. Dessa forma, como costuma ocorrer com frequência, o espírito obsessor acabou nascendo na família que ele obsidiava. O obsessor nasceu como neto da pessoa que ele obsidiava.
Esse espírito entretanto ainda é muito primitivo e mesmo tendo encarnado o sentimento de ódio que nutria pelo homem que o matou na vida anterior foi mais forte que o esquecimento do passado imposto pela reencarnação. Ele ao sentir a presença do avô foi tomado pelo ódio que ele próprio nutriu durante anos no astral e ele preferiu morrer a ter que conviver com o homem que ele odiava.
Esse tipo de acontecimento é possível devido ao desdobramento e abertura de frequência provocado pela reunião das pessoas envolvidas com a energia kármica que provocou o nascimento desse espírito. Aqui uma criança que mal sabia andar e falar, mas no astral um bandido cruel que odiava as pessoas ao seu redor.
Ainda vimos outra vida desse espírito onde também era também um bandido que acabou sendo capturado e no presídio virou uma espécie de carrasco, que matou muitos outros presidiários. Pelos eventos da vida anterior podemos concluir que esse grupo de espíritos possui intrincados laços kármicos e que ainda vão se encontrar em muitas outras vidas até quitarem seus débitos entre si.
Gelson Celistre