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quarta-feira, 13 de maio de 2020

Pantera Negra

     Hoje dia 13 de maio é considerado o Dia dos Pretos Velhos na Umbanda, data também alusiva a Abolição da Escravatura no Brasil. Talvez não seja por coincidência que efetuamos o resgate de um feiticeiro que viveu há cerca de 1500 anos na África, um ancestral dos pretos velhos brasileiros.


      Mas nosso encontro com esse feiticeiro começou com a visão de uma pantera negra no alto de uma árvore, observando atenta um grupo de cerca de 20 pessoas que cruzavam pela floresta a noite. Eles carregavam tochas de fogo mas o animal não se assustou com isso, desceu lentamente o tronco da árvore e se aproximou sorrateiramente.
     Com um pulo certeiro a pantera negra caiu sobre uma mulher do grupo mordendo seu pescoço. O pânico foi geral e alguns homens tentavam afastar o animal lhe batendo com longas varas, mas também viraram alvo do ataque certeiro do animal, que feriu vários deles, vendo-se obrigados a fugir em disparada. Um desses feridos inclusive veio a morrer no acampamento deles. A mulher que foi atacada inicialmente foi devorada pela pantera.
     Essa pantera negra tomou gosto pela carne humana a passou a atacar regularmente grupos de humanos, chegando a devorar mais 5 pessoas antes de ser capturada e morta, através de um fosso que cavaram ao redor do acampamento.
      Fizemos o resgate dessas 6 pessoas que foram mortas pela pantera e estavam presas nessa frequência, mas o atendimento que estávamos fazendo era para uma consulente, uma mulher que está em tratamento conosco, e a médium que viu a cena dizia que a consulente era essa pantera negra. 
     Não seria impossível que a consulente antes de entrar no ciclo evolutivo humano tenha sido uma pantera, mas pela época em que ocorreu isso não seria possível pois ela teria que ter tido muitas outras vidas como animal doméstico, então tivemos que investigar mais.
      Sintonizei a médium com o momento da morte do animal para ver o que se sucedeu e ele viu que havia um espírito humano feminino animando a pantera negra e que no momento exato de sua morte um feiticeiro africano teve uma visão dela morrendo e sofreu muito com isso.
      A alma que habitava a pantera negra era de sua esposa, ela era a rainha da tribo e ele seu companheiro. Ela estava morrendo de uma doença e ele fez um ritual mágico ligando o espírito dela ao de uma pantera, que era cultuada por eles como uma divindade, e ela vivia assim desde então, protegendo a tribo deles de inimigos e ameaças.
    Mas quando a pantera foi morta seu espírito se perdeu e o feiticeiro não conseguiu encontrá-lo, motivo pelo qual se sentia culpado, e desde então ele vinha tentava encontrar a alma de sua querida pantera negra, que ele chamava de Monogum.
     Ele queria muito trazê-la de volta pois sentia um amor muito forte por aquela que foi sua esposa e que animou o corpo da pantera negra. O médium proferiu falar várias palavras numa língua estranha, incorporando o feiticeiro, que queria trazer sua esposa de volta. Eu desdobrei a consulente e a trouxe até ele, que chorou de emoção ao vê-la, depois tivemos que apagar a mente dele e colocá-lo para dormir, tendo sido levado pelos espíritos dos Ancestrais africanos que trabalham conosco.
     Esse feiticeiro tinha conhecimento e poder e vimos que realmente no ritual que foi feito o espírito de sua esposa passou a habitar o corpo de uma pantera negra. Esse ritual parece ser um tipo de xamanismo que guarda semelhança com as crenças no animal de poder das culturas norte-americanas, porém, num nível muito mais complexo, uma vez que ele conseguiu acoplar um espírito humano num animal selvagem. Salve os Pretos Velhos.

Gelson Celistre
      

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