Em um atendimento nos deparamos com uma iniciação xamânica feita por um dos reikianos que nos solicitaram a desconexão e primeiramente é preciso esclarecer que existe muita diferença entre os ensinamentos e as iniciações feitas por xamãs verdadeiros em outras épocas e culturas, das iniciações e cursos que atualmente algumas pessoas imaginam estar fazendo como sendo xamanismo.
O fato de alguém gostar de xamanismo, ler alguma coisa sobre isso em algum livro ou fazer algum curso ou "iniciação" não vai torná-lo um xamã apto a iniciar outras pessoas no xamanismo ou a sair por ai conectando as pessoas a seu "animal de poder". Ser um xamã de verdade envolve muito mais coisas do que bater um tambor ao redor de uma fogueira.
Ao nos conectarmos com o consulente nos deparamos com uma floresta muito escura, onde é sempre noite, e ao redor de uma fogueira no meio de uma clareira, várias pessoas, encarnados em desdobramento inconsciente, em transe ao redor delas. A energia do local é muito densa. Em frente a cada uma das pessoas ali há um animal, seu "animal de poder".
Só que na realidade não são espíritos de animais, mas espíritos humanos travestidos de animais para enganar as pessoas ali. Esses espíritos com aparência de animais retiram as energias vitais dessas pessoas e as armazenam em troncos de árvores nessa floresta negra.
As pessoas desdobradas e em transe ali enxergam árvores frondosas e muito verde, uma imagem projetada em suas mentes, mas na verdade o local é escuro e fétido. A energia era tão densa que o médium estava constantemente sentindo mal-estar e a sensação de que ia desmaiar. Ficamos observando ali enquanto uma mulher de cabelos castanhos e ondulados, com os pés descalços, tbm uma encarnada desdobrada, comandava o ritual.
Ela chama uma a uma das pessoas ali e pede para que se concentrem em seu animal de poder para senti-lo, diz a cada um que deseje fortemente ver para poder sentir e se conectar com seu animal de poder e no momento que a pessoa faz isso, ela chama um dos espíritos ali travestidos de animais e o conecta com a pessoa, que passa a acreditar que aquele seja seu animal de poder, quando na verdade é apenas um espírito humano metamorfoseado para enganá-lo, com a intenção de lhe sugar as energias, pois o ritual "xamânico" de iniciação faz com que eles fiquem constantemente ligados, a pessoa e seu "animal de poder".
Nos fizemos visíveis e os espíritos ali ficaram curiosos com nossa presença. Do meio dos espíritos travestidos como animais de poder surgiu um feiticeiro com a aparência de indígena, pele queimada de sol e nu da cintura pra cima; estava descalço, vestia uma espécie de tanga e usava uma capa sobre os ombros. Na cabeça ele tem uma tipo de penacho e no peito ostenta um colar feito com dentes e o olho de algum animal. Ele é desencarnado e é líder desse grupo, é o inspirador da mulher encarnada que oficia o ritual.
O feiticeiro vêm em nossa direção para nos atacar ao mesmo tempo vamos em direção a ele, que convoca os outros espíritos desencarnados, os que se faziam passar pelos animais de poder, para o auxiliar. Eles se juntam a ele e tentam nos amedrontar assumindo as formas de animais mas continuamos caminhando em sua direção. O feiticeiro então se transforma em um enorme pássaro preto que voa em minha direção e me agarra pelos ombros com suas garras, voando para bem alto, acima das copas das árvores daquela floresta negra. Ele voa rapidamente em direção a um enorme rochedo e me arremessa contra ele, mas flutuamos lentamente em direção ao chão ao mesmo tempo que criamos uma bolha ao redor do pássaro em pleno ar, que fica preso nela.
Enquanto isso a médium desdobrada lá como uma índia guerreira prendia os espíritos que se passavam por animais de poder, que tentavam fugir mas eram capturados por flechas que ela lançava e que ao atingir os espíritos se enrolavam neles como cipós e os prendiam.
Paralisamos a mulher encarnada que oficiava o ritual, que parecia bem assustada, e dizemos a ela para observar bem o que ocorria ali e o tipo de espíritos aos quais ela estava ligado. Desconectamos as pessoas ali, inclusive o consulente, que estava com uma pena simbolizando seu animal de poder, que parecia ser uma águia ou falcão.
Pessoas que se colocam a ser guias e orientadores espirituais de outras pessoas, sem terem eles mesmos alguma graduação espiritual que os habilite a isso, acabam vítimas de sua própria ignorância e fascinação, sendo utilizados por espíritos das trevas para prejudicar e vampirizar aqueles a quem imaginam estar auxiliando a evoluir.
Gelson Celistre