Acesse nosso novo site clicando na imagem

Acesse nosso novo site clicando na imagem
apometriauniversalista.org

Pesquisar este blog

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Doutrinador espírita

    Ontem recebi uma solicitação de atendimento onde a pessoa relatou o seguinte: 

Tem um espírito aqui em casa, não sei se por minha causa ou por causa do meu marido, que esta resistente a sair. Sou médium, trabalho em um grupo de desobsessão em um centro espírita, ele esteve lá por 3 vezes e não quer conversar, diz que está bem aqui e mais nada. Outra equipe espiritual está há mais de 30 dias conversando com ele e a resposta é: "Não estou prejudicando ninguém e gosto daqui". Eu não consigo dormir e muitas vezes atrapalha também o meu trabalho.

     O atendimento foi agendado para hoje e logo pela manhã a pessoa me enviou outra mensagem:

Bom dia! A equipe espiritual que estava conversando com o espírito de paletó risca de giz informou que ele foi sedado e recolhido. Esta noite eu e meu marido dormimos, mas acredito que tenha mais coisa porque me sinto mal durante o dia.

    Estavam há 30 dias conversando com o tal espírito e ele não queria sair, mas bastou a pessoa nos solicitar o atendimento que a tal equipe espiritual sedou e recolheu o tal espírito, uma situação no mínimo suspeita, mas vamos aos fatos.

    Ao sintonizar o médium com a pessoa que solicitou o atendimento este logo viu o tal espírito ainda na residência do casal e conversando com o espírito descobrimos que numa vida passada este casal já foi casado, eram proprietários de uma escola de artes onde ensinavam ballet, pintura e música, eram de uma família aristocrática, mas o rendimento da escola frequentemente não atendia suas necessidades e eles sempre recorriam ao irmão do dono da escola, que emprestava dinheiro ao casal para poderem manter seu status e padrão de vida, mas nunca pagaram os empréstimos e ele morreu com esse sentimento de que eles lhe deviam.

    Eis que este irmão credor do marido da pessoa que solicitou o atendimento está desencarnado, estava no cemitério após ter morrido em sua última encarnação sem saber como sair dali, o casal passou em frente do cemitério e atraiu o espírito para junto deles; o espírito então lembrou da vida passada onde emprestava dinheiro a eles e resolveu ficar vivendo agora às custas deles, ou seja, vampirizando os dois. Segundo o espírito isso faz cerca de seis meses, embora a pessoa que solicitou o atendimento só tenha percebido há cerca de dois meses e há um mês esteja tentando retirar o espírito, sem êxito com a doutrinação kardecista clássica.

    Nesse caso não se tratava de um espírito mau que quisesse causar algum prejuízo intencionalmente ao casal, ele só queria ficar ali por medo de ter que voltar ao cemitério onde estava sem poder sair e sem saber o que fazer. Eu até poderia conversar mais com esse espírito e fazê-lo entender que ele agora seria resgatado e não voltaria mais para o cemitério, mas eu queria ver é quem da tal equipe espiritual disse para a pessoa que tinham sedado e recolhido esse espírito que ainda estava ali. Por isso, apaguei a mente do espírito e o resgatamos, juntamente com outros cerca de 650 espíritos que estavam no cemitério onde esse espírito estava.

    Feito isso fui investigar a tal equipe espiritual, que era composta por seis espíritos, cujo responsável, um doutrinador espírita, veio conversar comigo, incorporado no médium. Perguntei a ele porque mentiram para a pessoa que me solicitou atendimento dizendo que haviam sedado e recolhido o tal espírito, sendo que não fizeram isso, e ele arrogantemente respondeu dizendo que nosso trabalho é agressivo, que não respeitamos o livre-arbítrio do espírito, que sabia que iríamos retirar o espírito à força, que somos impacientes, ignorantes e desrespeitosos, e disse que o casal não tinha merecimento, mas que eles iriam respeitar o espírito e ele só iria sair dali quando quisesse.

    Esse espírito doutrinador espírita que estava tratando da desobsessão era kardecista, doutrinador em vida, e está morto há cerca de 8 anos. O plano da oração sincera de arrependimento parece que não deu certo para ele pois nenhuma equipe socorrista veio resgatar ele do umbral e levar para alguma colônia, e ele ficou por aqui mesmo fazendo o que já fazia quando vivo, doutrinar. O doutrinador espírita combinou com o espírito obsessor para ele não perturbar tanto o casal para que a pessoa desistisse de pedir ajuda, para assim ele poder continuar ali.

       Perguntei a ele se viu o resgate que nós acabáramos de fazer onde além do tal espírito ainda resgatamos mais uns 650 no cemitério e ele disse que sim, mas retrucou que eles mereciam estar no cemitério e que tinham que passar por isso. O pensamento desse espírito resume bem o conceito kardecista de desobsessão, onde eles consideram que o espírito obsessor tem o direito de cobrar algo da pessoa obsidiada e que eles não podem interferir nisso, pois estariam ferindo o livre-arbítrio do espírito obsessor.

    Eu disse a ele que esta lógica kardecista ignora as outras vidas passadas que envolvem o obsessor e o obsidiado, e que nesses casos se formos investigar vamos ver vidas onde eles se alternam, um sendo algoz e outro a vítima, e fiz ele ver outras três vidas do casal e do espírito que estava vivendo na casa deles. Então perguntei se vendo por esse prisma mais abrangente, mais vidas passadas dos envolvidos, se ele ainda achava que o casal não tinha merecimento para que o espírito fosse retirado, e ele muito a contragosto teve que admitir que sim, que eles teriam mérito. 

    Na vida principal das que ele viu o casal foi pai desse espírito, deram tudo para ele materialmente e na velhice eles morreram na miséria, desamparados pelo filho que tinha condições de os ajudar mas não o fez. Por fim, fiz ele ver o futuro que o aguardava e ele viu que no futuro ele vai ser aprisionado por espíritos que ele permitiu que continuassem obsidiando as pessoas em sua atividade como doutrinador espírita, que exerceu tanto em vida quanto depois de morto.

    É fato que se algum espírito está conseguindo obsidiar alguém existe uma relação kármica entre eles que permite isso, mas não ajudar o obsidiado sob a alegação de que ele deve ao obsessor é privilegiar apenas uma das vidas que eles tiveram no passado onde o obsessor foi a vítima, sendo que sempre existem outras vidas onde os papéis entre eles se inverteram.

    E mesmo considerando que só houvesse uma vida passada onde o obsidiado de hoje foi o algoz do espírito que o obsidia atualmente, como poderemos saber se em outras vidas essa pessoa que está sendo obsidiada já não resgatou parte desse karma sofrendo nas mãos de outra pessoa? Se temos condições de ajudar e não o fazemos somos culpados por omissão. Deixar de ajudar o obsidiado colocando a responsabilidade toda na reforma íntima dele é desumano e contraria inclusive a tão apregoada caridade.

    Além disso ao se retirar um obsessor de alguma pessoa não estamos violando a lei divina, estamos adiando um encontro de duas almas sofredoras para um momento posterior, para daqui algumas vidas, onde elas já estando mais evoluídas poderão talvez quando se encontrar não causarem tanto sofrimento uma para a outra e quem sabe até se perdoar mutuamente.

    Esse tipo de doutrinação clássica kardecista para tratar a obsessão precisa ser urgentemente revisada e atualizada. Por fim, deixei o doutrinador espírita, juntamente com seus ajudantes, conversando com a equipe espiritual que trabalha conosco para serem esclarecidos.

    Gelson Celistre

Nenhum comentário:

Postar um comentário