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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Solidão

Consulente do sexo feminino, 30 anos, há vários anos sem um relacionamento amoroso, sendo essa sua queixa principal. Foi criada sem pai, pelos avós. Na adolescência engravidou de um namorado e tentou abortar, sem sucesso no momento em que intentou, mas algum tempo depois teve um aborto 'espontâneo'.
O espírito que iria nascer como filho dela não aceitou a rejeição e estava literalmente grudado a ela, embora estivesse com uma aparência de um menino de uns 10 anos. Ele perguntava pq ela nõ o deixara nascer, mas não com raiva, apenas com um sentimento de mágoa e tristeza. Foi encaminhado para nossa equipe espiritual.
Foram vistas duas vidas passadas onde ela se suicidara, na primeira o marido achando que ela enlouquecera  saíra de casa com os filhos e para o incriminar, ela se esfaqueou e o acusou antes de vir a morrer e ele foi preso. Na segunda vida em que ela se matou estava grávida de um homem e não queria ter filhos dele, então suicidou-se por enforcamento.
Deste suicídio mais recente ainda havia traços no corpo astral da consulente, foi visto por um médium ainda a corda e o nó comprimindo sua garganta, que em determinados momentos de aflição provocava um sentimento de sufocamento nela.
O namorado da consulente que foi o pai biológico do filho que ela 'perdeu' desdobrou-se e apareceu na reunião reclamando seus direitos de pai, afirmando que pela segunda vez ela matava seu filho, pois ele era o marido dela quando ela se enforcou grávida. Interessante que segundo ela, conscientemente na época, o cara tbm nem queria saber da criança, entretanto, esse desdobramento ocorreu por eles terem uma ligação forte e principalmente pela presença do filho abortado, pois ambos são responsáveis pelo não-nascimento da criança e não apenas a mãe.
Mas o que mais estava afetando a consulente e lhe provocando a solidão era a ajuda de um ente querido de uma vida passada dela. Uma mulher que fora sua mãe e que queria protegê-la dos homens pois, segundo ela, 'os homens não prestam'. Quando incorporou provocou muita dor no peito da médium.
O que ocorreu foi que a mãe da consulente naquela vida era uma prostituta, mas que não queria que a filha seguisse seu caminho e, para tanto, a protegia. Mas quem vive de dar prazer a quem pode pagar, e às vezes a quem não pode tbm, se envolve com todo tipo de gente; um dos amantes desse prostituta se engraçou com a filha dela e a quiz possuir, bem como tinha, segundo essa mulher, intenção de roubar suas economias.
Para salvaguardar a hora da filha ela lutou contra esse homem e na confusão levou um tiro de pistola no peito, vindo a morrer em virtude disso. Ela nos disse que o tal amante se assustou com o ocorrido e fugiu, tendo a hora de sua filha sido mantida. Apesar dela ter morrido de forma meritória tentando salvar a filha, ainda permanecia no astral com essa dor por não se achar merecedora de auxílio, por sentir-se culpada, pois me disse que poderia ter largado essa vida mundana quando a filha nasceu, mas optou em permanecer nela pq gostava e não por ser constrangida.
De certa forma ela tinha sua culpa, mas a razão de estar ainda sofrendo com o tiro que levou era o fato de se sentir culpada e não propriamente uma consequência do fato em si. Este ser permanecia o tempo todo junto da consulente e afastava os homens que se aproximavam dela pois em seu delírio todos eram maus e só queriam prejudicá-la e se aproveitar dela. Conversamos com ela, esclarecemos a situação e a encaminhamos para o hospital.
Essa situação de algum espírito querer nos ajudar e acabar atrapalhando é muito comum. A maioria de nós não tem controle algum sobre seus sentimentos e segue qual folha seca lançada ao vento. Na dimensão astral não temos elementos de comparação e de inibição de nossos sentimentos e tudo que sentimos costuma assumir uma proporção gigantesca, que nos torna cegos quanto aos abusos que cometemos nesse estado contra as pessoas que pretendemos proteger ou amar. O espírito fica dominado pelo sentimento que mais lhe impressionou logo depois da morte e nada mais vê, a razão inexiste para ele, que não consegue atinar que seus projetos são absurdos.
A consulente foi orientada a mudar alguns modos de proceder diante de vida e a fazer uma auto-análise de como ela é em suas relações com seus familiares. É provável que diminua consideravelmente a ausência de homens em sua vida, até pq se trata de uma mulher bonita.
Abraço.

Gelson Celistre.