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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Lanceiros Negros - O massacre de Porongos

     Aqui no Rio Grande do Sul todo ano se comemora no mês de setembro a Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, um conflito entre os "revolucionários" gaúchos e o Imperio brasileiro que durou 10 anos, de 1835 a 1845. A motivação no fundo era econômica e tinha a ver com as taxação dos produtos produzidos aqui, principalmente o charque, e quem "organizou" a revolta foram os estancieiros, os ruralistas, donos de fazendas, mas entre as pautas dos revolucionários estava a libertação dos escravos, pois se diziam republicanos.
   

     Como não tinham soldados suficientes os estancieiros mandaram os negros para lutar nessa guerra, com a promessa de liberdade após o conflito. Formaram uma tropa específica com esses negros que usavam como arma apenas uma lança e ficaram conhecidos como Lanceiros Negros. Eram muito habilidosos e lutavam com bravura, além da motivação de lutarem pela sua liberdade.
     Em novembro de 1844, perto do fim do conflito, houve um episódio conhecido como "A Surpresa de Porongos" (massacre de Porongos!), onde os Lanceiros Negros foram massacrados pelas tropas imperiais. Apesar de ser gaúcho confesso que nunca me interessei muito pela história regional, não sou do tipo tradicionalista que se veste com pilcha ou frequenta CTG (Centro de Tradições Gaúchas), por isso nunca dei muita atenção a essas comemorações referentes a Revolução Farroupilha.
     Recentemente acabei lendo sobre o que de fato aconteceu nessa "surpresa" de Porongos e fiquei indignado com a covardia e desonra protagonizadas nesse episódio. Havia um impasse entre os revolucionários e o Império por conta dessa pauta de libertação dos escravos, que a Coroa não admitia em hipótese alguma, e isso estava travando as negociações de paz e o fim do conflito. 
     O que alguns líderes dos farrapos, logicamente com a benção e apoio dos estancieiros, fizeram foi armar uma emboscada para que os lanceiros fossem massacrados pelos soldados do Império, e da forma mais covarde possível, pois lhes retiraram as armas e os mandaram armar acampamento num local isolado do resto da companhia, previamente combinado com as tropas imperiais, que durante a madrugada invadiram o acampamento e massacraram os Lanceiros Negros. Assim o último "empecilho" para o acordo de paz, a vida dos negros, foi retirado.
       Passados quase 180 anos, aqueles valorosos e bravos espíritos que foram covardemente massacrados ainda estavam no astral vivenciando aquela traição, sim, foi uma traição, pois apesar de na história oficial haver alguma controvérsia sobre a questão, eles nos relataram que sim, foram traídos pelos farrapos (alguns dos líderes, obviamente nem todos compactuaram com essa vergonha), e nem tiveram a chance de se defender.
      A tropa de lanceiros que resgatamos tinha mais de mil homens e tinha quase a mesma quantidade de outros espíritos mortos no conflito de mestiços e índios, totalizando um resgate de cerca de dois mil espíritos envolvidos nesse episódio inominável, uma mancha na nossa história.  
      Nós efetuamos esse trabalho espiritual numa noite e no dia seguinte, enquanto caminhávamos eu e minha esposa pelas ruas do nosso bairro, como costumamos fazer diariamente, ao passar em frente a uma universidade próxima avistamos uma moça sentada na calçada. A princípio imaginei que ela estava apenas tomando sol, o dia estava bonito, mas uma outra mulher que caminhava a nossa frente parou para conversar com ela e percebemos que a moça não estava passando bem. 
     Nos aproximamos e a ajudamos, ela estava trêmula e não conseguia mexer as mãos, que estavam enrijecidas e pareciam segurar alguma coisa. Disse ter ficado tonta já no ônibus e quando desceu não conseguiu ficar em pé. Ficamos um tempo ali com ela e depois ela foi acompanhada até a portaria da universidade, onde havia um segurança e onde ela iria esperar pelos pais.
     Na hora minha esposa sentiu que era devido a uma situação emocional pela qual ela está passando com a família e que lhe desestabilizou, mas minha intuição me dizia que tinha mais coisa. Ao chegarmos em casa pedi para ela se concentrar na tal moça, ela é médium, e disse que iria lhe mostrar o que ela ainda não tinha visto.
     Ela viu então que essa moça fora um farroupilha e foi um dos que traiu a tropa dos lanceiros negros, foi quem, a mando do comandante, lhes retirou as armas já sabendo que iriam ser atacados e mortos. E esse traidor era tão vil que negociou um posto no exército imperial antes do massacre e na hora pegou em armas com os imperialistas e matou vários lanceiros para "mostrar serviço".

     Um dos lanceiros que a moça matou inclusive era seu amigo, e o espírito ficou grudado a ela esse tempo todo. Este espírito conseguiu uma incorporação parcial na moça, por isso ela não conseguia mexer as mãos, pois naquele dia sangrento ele acordou a tempo de ver perplexo ela cravar em seu peito uma lança, que ele em vão tentou retirar com as duas mãos. Resgatamos também este espírito remanescente do massacre.
     Esses bravos espíritos, os Lanceiros Negros, agora fazem parte da nossa egrégora no astral e vão continuar lutando pela liberdade ao nosso lado, apesar do que nós brancos fizemos com eles, o que demonstra ainda mais a sua grandeza. Eles foram recepcionados pelos espiritos ancestrais africanos que também compõe nossa egrégora.
     
Gelson Celistre




Um comentário:

  1. Fiquei imaginando as diversas batalhas que ocorreram na época da colonização do Brasil. Ha coisas que e simplesmente foram parar debaixo do tapete da historia e sequer existem relatados. A apometria tem auxiliado muito no resgate de espíritos presos no ciclo de odio e que ainda se julgam vivos msm após muito tempo de sofrimento. Nao entendo como essa vdd ferramenta espiritual pode ser tao desprezada, criticada ou ignorada pela grande maioria dos centros espiritas. O que Kardek nao disse, eles se recusam a aceitar. Viraram ortodoxos e nao acompanharam a evolucao das coisas.

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